MOMENTOS DE INSPIRAÇÃO - 7ª Edição


A carta misteriosa

       Paula estava no ateliê de sua casa, olhava vários catálogos de lingerie e pensando em como iria fazer para comprar tecido para fazer mais peças para a sua coleção "primavera/verão". De repente, do meio do catálogo, caiu uma carta! Uma carta meio amarelada pelo tempo, é verdade. Mas uma carta!             Ávida por novidades, ela pegou o envelope e o manuseou. Era meio volumoso... Parecia que continha muito mais que a carta, o papel mesmo... O que haveria nele? Por que estava ali naquele catálogo? Pra quem seria aquele envelope? Paula tornou a manusear o envelope, virando-o para o lado do destinatário. 
            Em letra rebuscada e em excelente ortografia, Paula viu que o envelope era para ela! Mas ela não conhecia aquela letra! De quem seria? No remetente, estava escrito apenas "Tia Hélida". Quem seria Tia Hélida? Ela não conhecia ninguém com aquele nome! Será que sua mãe saberia de quem se tratava?
          Saindo do ateliê, Paula foi até a cozinha e encontrou a mãe fazendo biscoitos. Perguntou de chofre a ela:
             _ Mamãe? Quem é Tia Hélida? 
             _ Hélida? Minha tia-avó, porque?
        _ Porque estava no ateliê olhando os catálogos de lingerie e imaginando onde iria arrumar dinheiro para os tecidos da coleção "primavera/verão" e de repente, do meio de um desses catálogos, caiu esse envelope. Está bem amarelado. E pareceu-me bem volumoso. Está endereçado a mim! Como pode ser mamãe? Ela sabia sobre mim? Você sempre disse que meu nascimento era um segredo de família? Como pode ser isso?
            A mãe de Paula ficou meio embaraçada. Primeiro avermelhou-se como um pimentão... Depois começou a suar em profusão... Em seguida, desmaiou no chão! A massa dos biscoitos que tinha nas mãos, caiu também no chão. A filha tinha descoberto, sem querer, parte de seu segredo!
          _ Mamãe? Mamãe? A senhora está bem? Paula ficou um tanto quanto assustada. Mas lentamente, sua mãe foi se recuperando. Paula puxou uma cadeira, e colocou a mãe nela. Em seguida deu a ela um copo de água com açúcar. Sua mãe sorveu o precioso líquido quase todo e deu um longo suspiro. Preparou-se para o pior: contar seu precioso "segredo" a filha!
          _ Paula! Você não é minha filha! Você é minha sobrinha! Na verdade, você é filha de "Tia Hélida"! Esse segredo, durou o tempo que deveria durar! Acho que durou até tempo demais! Hélida, na verdade é minha irmã. Morreu jovem. Logo depois do parto. Do seu parto! Essa carta estava guardada há exatamente vinte e um anos. Por isso está tão amarelada. Nela, está a explicação desse segredo e um presente de sua mãe para você! Espero que entenda a razão desse segredo. E a razão de seu nome. Mais não posso contar... Porque senão a carta perderia a graça!
             As palavras de sua "mãe" estavam dançando em sua cabeça! Ela estava confusa! Como não era filha dela? E toda a sua infância? Adolescência? Fora tudo um engano? Um embuste? Aos tropeções, ela deixou a cozinha e foi de novo para o ateliê. A carta ainda estava sobre a mesa. Em cima do catálogo que estava olhando! Uma carta de sua verdadeira mãe? 
             Lentamente, ela abriu a carta. Um suave perfume se espalhou pelo ateliê. Perfume de jasmim... Seu preferido! Dentro do envelope havia muitas e muitas notas de dólares! Uma pequena fortuna! As notas se espalharam pela mesa! Mas Paula não estava interessada nelas. Estava interessada nas folhas perfumadas de jasmim: 
            "Paula, minha amada filha... Quando você ler estas linhas, não estarei mais entre vocês, aí da Terra! Espero que me perdoe, pela minha fraqueza. Estou doente! Muito doente! Mas mesmo contra a indicação de seu pai (meu médico), quero levar a tua gravidez adiante. Escrevo estas linhas deitada na cama, pois sinto-me fraca demais até para levantar-me. Minha irmã prometeu-me que cuidaria com carinho de você. Que serias a filha que ela nunca teve. Agarro-me a esta certeza, como minha última esperança... Dentro desse envelope, está toda a minha fortuna. Deixo-a para você querida! Ah! o meu maior sonho era tê-la em meus braços no momento em lesses esta carta! Mas sei que nunca poderei fazer isso! Perdoe-me minha pequena Paula (o nome de teu pai, meu amado amor impossível!) Perdoe as minhas fraquezas... 
                De sua eterna mãe, Hélida.
           Quando acabou de ler a carta perfumada, Paula chorava copiosamente! Foi em direção à cozinha e abraçou a "mãe-tia"...
                _ Obrigado Mãe! Muito Obrigado! Pela minha vida, e pela minha "mãe Hélida"!

Este texto faz parte da blogagem coletiva do blog M@myrene
                    
    

        


Comentários

chica disse…
Belíssima tua inspiração,.Sempre assim! beijos,chica e tudo de bom!
Olá muito comovente seu conta. Bonita inspiração.
bjs
Silvana Haddad disse…
Milene:
Fiquei super curiosa em saber o desenrolar do seu conto.
Muito bem elaborado.
Parabéns pela criatividade.
Bjs.:
Sil
http://meusdevaneiosescritos.blogspot.com.br/
Roselia Bezerra disse…
Olá, querida Milene
Vc tem coração no que posta... sentimentos nobres no texto motivado pela imagem...
Bjm festivo de paz e bem
RUDYNALVA disse…
Milene!
Revelador o texto...
Bem que disse a Irene que ela tem extraído o que há de melhor.
Texto magnífico!!

Um final de semana esplendoroso!
Paz, amor e muita luz!
cheirinhos
Rudy
BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!
Vane M. disse…
Muito bonito e bem escrito...cartas sempre me emocionam. Um abraço!
Clara Lúcia disse…
Poxa vida,eu entraria em choque!

Linda inspiração.

Beijos
Irene Moreira disse…
Quanta notícia para um dia só! Muito linda e emocionante!
Belíssima participação!

Bom descanso e boa semana!

Beijos

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